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Autor Tópico: O que realmente interessa?  (Lida 13554 vezes)

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joaoplantier

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O que realmente interessa?
« em: Fevereiro 17, 2018, 09:00:30 pm »

Ola a todos. Sou frequentador assíduo deste fórum e gostava de saber a vossa opinião sobre uma questão essencial para mim como profissional do padel em Portugal:

O que é realmente importante para vocês no padel?

Na vossa opinião o driver da decisão de escolher um clube de padel é o preço ou valorizam também a qualidade da infra-estrutura, dos serviços prestados (p.e. Organização de jogos ou de eventos, treinos, etc)?

Li muita vezes que o preço (ou a baixa do mesmo) é o único caminho. Se assim é, porque razão não vemos o Inatel ou o GO Fit como líderes de mercado?

Será possível a convivência entre clubes indoor e outdoor? Será que têm o mesmo
Modelo de negócio e que deverão seguir a mesma estratégia?

Qual a importância e sustentabilidade dos grupos organizados de jogadores e qual o seu impacto no desenvolvimento da modalidade?

Que tem o padel a aprender com outras modalidades de raquete? Será a massificacao o único caminho? Que erros deve evitar?

Será o mercado espanhol (será apenas um ou vários?) a referência a ter em conta para a indústria do padel em Portugal, seja do ponto de vista dos clubes (e da sua sustentabilidade), seja do
Ponto de vista competitivo?

Deixo-vos estas questões e espero que tenhamos muito que discutir.
Abraço

João
 
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Re: O que realmente interessa?
« Responder #1 em: Fevereiro 17, 2018, 10:23:11 pm »



Ola a todos. Sou frequentador assíduo deste fórum e gostava de saber a vossa opinião sobre uma questão essencial para mim como profissional do padel em Portugal:

O que é realmente importante para vocês no padel?

Na vossa opinião o driver da decisão de escolher um clube de padel é o preço ou valorizam também a qualidade da infra-estrutura, dos serviços prestados (p.e. Organização de jogos ou de eventos, treinos, etc)?

Li muita vezes que o preço (ou a baixa do mesmo) é o único caminho. Se assim é, porque razão não vemos o Inatel ou o GO Fit como líderes de mercado?

Será possível a convivência entre clubes indoor e outdoor? Será que têm o mesmo
Modelo de negócio e que deverão seguir a mesma estratégia?

Qual a importância e sustentabilidade dos grupos organizados de jogadores e qual o seu impacto no desenvolvimento da modalidade?

Que tem o padel a aprender com outras modalidades de raquete? Será a massificacao o único caminho? Que erros deve evitar?

Será o mercado espanhol (será apenas um ou vários?) a referência a ter em conta para a indústria do padel em Portugal, seja do ponto de vista dos clubes (e da sua sustentabilidade), seja do
Ponto de vista competitivo?

Deixo-vos estas questões e espero que tenhamos muito que discutir.
Abraço

João

1. Preço
Falando por mim, raramente vou, por exemplo, ao campo grande durante o inverno (por 1€, prefiro pagar um indoor)
1.1. Caso go fit/inatel - contras: sistema de reservas no gofit/pagamentos no inatel. Ausência (que eu saiba) de um grupo whatsapp activo.
Durante o verão, jogo bastante no inatel.

1.2 se o  driver da decisão de escolher um clube de padel é o preço? Como quase tudo na vida, nem sempre, nem nunca.

1.3 campos cuidados podem fazer a diferença

O padel é de um modo geral é desporto caro de se praticar: 3x por semana ronda os 120€/mês nos grandes centros.

2. Clubes outdoor/indoor
Imagino que o modelo de negócio seja semelhante... pessoalmente, numa bela noite de verão, prefiro jogar num outdoor. Outdoor, com o grande handicap das condições climatericas - não sei como poderiam sobreviver a um inverno rigoroso...

3. Grupos organizados
importantes para a evolução do próprio jogador uma vez que a probabilidade de jogos muito desnivelados se reduz.

4. Massificação - não a vejo como um caminho, mas sim um destino.
Só desejo que rapidamente apareçam outras "potências"... mas sei que vai demorar...
Quantos praticantes são capazes de ver um ou outro jogo? E não praticantes?

5. Mercado espanhol tem algo que aqui ainda não existe: muitos campos municipais e em condominios... Acredito que para os clubes (privados) nos grandes centros não implique grande alteração no seu modelo, mas certamente afecta os clubes de pequenas cidades.




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Re: O que realmente interessa?
« Responder #2 em: Fevereiro 17, 2018, 10:32:15 pm »

Como utilizador, gostava de ver algo como isto (pelo menos nos clubes com maior massa crítica) em que se vao apontando os resultados e o nível vai alterando segundo os mesmos...


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Re: O que realmente interessa?
« Responder #3 em: Fevereiro 18, 2018, 04:03:15 pm »

O topico merece resposta cuidada que agora nao tenho tempo, mas assim que possa irei faze-lo.
Deixo só a nota que nao se pode comparar o go fit e o inatel a um clube de padel.
É que estes não são clubes de padel. São locais que alugam campos e ainda por cima os do go fit...são...sofriveis.
Mas responderei as pertinentes questões com calma.
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As opiniões são tão válidas como as suas contrárias.

andre_rosa

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Re: O que realmente interessa?
« Responder #4 em: Fevereiro 19, 2018, 09:41:33 am »

Ui... Que belo tópico.

Tal como o Nuno Silva, também vou esperar por ter mais tempo para poder construir uma resposta adequada. São questões que tocam em muitos pontos várias vezes discutidos dentro de grupos do meio pelo que é importante não deixar nada por responder.


João, este estudo de mercado devia valer, pelo menos, uma imperial  ;) just saying...
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joaoplantier

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Re: O que realmente interessa?
« Responder #5 em: Fevereiro 19, 2018, 10:18:31 am »

Que não seja por isso. Respostas avalizadas valem imperial na Expo ou em Alcântara a partir de... Agora
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pepeferraz

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Re: O que realmente interessa?
« Responder #6 em: Fevereiro 19, 2018, 11:58:43 am »

bom topico, que merece uma resposta como deve ser e estreturada.
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PM

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Re: O que realmente interessa?
« Responder #7 em: Fevereiro 19, 2018, 12:07:59 pm »

Bom dia Joao,

Assim a "quente" deixo uns comentarios...


De facto muitas perguntas "interessantes... mas do ponto de vista do utilizador regular dos campos e infraestruturas de padel..

O importante é de facto ter condiçoes para a pratica da modalidade a preços justos...

A pergunta nao está clara... normalmente escolhe-se um campo/clube pela proximidade.. e claro a qualidade das infraestruturas..
a Organização de jogos ou de eventos, treinos, etc.. deverá ser a mais valia e capacidade do clube.. para a continuidade, cativação e até algum marketing, para o clube... se um grupo de jogadores marca 1 campo no clube X para se divertir durante 2 horas .. não vejo a relacao de  "Organização de jogos ou de eventos, treinos, etc"

Preço justo com condições plenas da pratica do padel...

A mistura de jogadores de vários escaloes é bem vinda.. desde que não seja com um grande desnivel...(Play with coach é a solução para que nao tem outra opcao.. mas la está sai caro) .. acho que permite uma evolucao que quem está abaixo de ver o caminho que ainda lhe falta... pois no padel tenho a ideia que todos pensamos que jogamos melhor no que é na realidade.. e no meu caso jogar com os melhores obriga a que jogue ou tente jogar melhor...
 
A grande questão é que se o clube X cobra 8€ por uma hora os outros clubes acabam por adoptar o mesmo preço... embora as condiçoes não sejam as mesmas... algo que já está mudar..

Parece-me haver uma falta de equilibrio entre o preço e a qualidade.. em alguns clubes..


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F. Cardoso

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Re: O que realmente interessa?
« Responder #8 em: Fevereiro 19, 2018, 01:02:42 pm »

O que é realmente importante para vocês no padel?
1 - Na vossa opinião o driver da decisão de escolher um clube de padel é o preço ou valorizam também a qualidade da infra-estrutura, dos serviços prestados (p.e. Organização de jogos ou de eventos, treinos, etc)?


Na província (cidades com apenas 20 a 30 mil habitantes) como Torres Novas os preços são sempre mais baratos que nos grandes centros (por vezes metade do preço) mas também o n.º de utilizadores é muito inferior. Por essa razão não são comparáveis. A taxa de ocupação na província é inferior a 50% mesmo nas horas de ponta (19 às 23 horas).
Os clubes, no caso dos privados, não chegam a ser rentáveis e a menor procura leva a um investimento mais reduzido nas infra-estruturas e zona social. Impossível rentabilizar um espaço coberto e ter uma zona social com os níveis de investimento dos que se vêm na cidade de Lisboa e Porto. Em contrapartida faz-se a diferença com uma cuidada e frequente manutenção dos campos e zona social, após a realização de cada jogo, mantendo sempre a sílica bem espalhada. A tudo isto, juntam-se pequenos pormenores como a disponibilização de placas para contar os pontos e sets em todos os campos, etc.
Em resumo, na província não há muito por onde escolher num raio de 40 kms e são poucos os que vão jogar aos grandes centros, por isso a proximidade será o factor mais importante uma vez que os custos são bastante acessíveis. 
É importante o ambiente e simpatia dos envolvidos mas isso tenho encontrado em todos os clubes de padel.

2 - Li muita vezes que o preço (ou a baixa do mesmo) é o único caminho. Se assim é, porque razão não vemos o Inatel ou o GO Fit como líderes de mercado?

Faltará o tal dinamismo de que tanto se fala, quer na parte social quer na marcação dos jogos, e nos clubes não privados (Associações desportivas) faltará um pouco do dinamismo privado prestando um bom serviço, mas para alguns os preços são importantes e no meu caso levar-me-ia a optar pelo meio termo.

3 - Será possível a convivência entre clubes indoor e outdoor? Será que têm o mesmo
Modelo de negócio e que deverão seguir a mesma estratégia?


Não troco um campo outdoor (apesar das condicionantes atmosféricas sol e vento, por um campo indoor à excepção das noites mais frias. Os indoor sem sistema de refrigeração a partir de 28/30º de temperatura exterior são quase uma sauna e difíceis de suportar.
Portanto os dois podem coexistir oferecendo características diferentes.

4 - Qual a importância e sustentabilidade dos grupos organizados de jogadores e qual o seu impacto no desenvolvimento da modalidade?

Os grupos organizam-se espontâneamente, mas pouco tempo depois alguns mais dedicados evoluem e já não querem jogos mais fraquinhos. Na província há poucos grupos e só com muito trabalho e dedicação se conseguem arranjar parceiros e marcar jogos, através do Facebook e WhatsApp.

5 - Que tem o padel a aprender com outras modalidades de raquete? Será a massificacao o único caminho? Que erros deve evitar?

O Padel está no bom caminho e só lhe falta mais expansão a nível mundial e mais visibilidade televisiva quando comparado com o ténis e já deu o passo mais importante, quando se libertou da Federação Portuguesa de Ténis que o tentou abafar durante alguns anos. A massificação tens as suas vantagens e desvantagens mas é inevitável. 

6 - Será o mercado espanhol (será apenas um ou vários?) a referência a ter em conta para a indústria do padel em Portugal, seja do ponto de vista dos clubes (e da sua sustentabilidade), seja do
Ponto de vista competitivo?


A expansão a nível europeu está a ser rápida e o mesmo acontece a nível mundial, embora de modo mais comedido. É possível que apareçam mais potências europeias mas a descentralização vai demorar. Espanha tem 90% dos eventos WPT e a pouco e pouco a percentagem irá baixar mas na próxima década Espanha manterá pelos menos 50% dessa quota.

Que não seja por isso. Respostas avalizadas valem imperial na Expo ou em Alcântara a partir de... Agora

Na província onde é que eu posso beber a minha imperial? Eu é mais sumos. ;D ;D ;D
« Última modificação: Fevereiro 19, 2018, 01:08:22 pm por F. Cardoso »
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Re: O que realmente interessa?
« Responder #9 em: Fevereiro 19, 2018, 01:06:53 pm »

Na vossa opinião o driver da decisão de escolher um clube de padel é o preço ou valorizam também a qualidade da infra-estrutura, dos serviços prestados (p.e. Organização de jogos ou de eventos, treinos, etc)?

no meu caso, sou mais sensível ao preço à hora de almoço. é uma hora em que vou só para jogar e comer qualquer coisa rápida ou nem isso e faço uma análise rápida da distância vs. qualidade do campo vs. preço. há 2 ou 3 clubes que não fazem preço low cost ao almoço e faz uma diferença significativa para os demais e custa-me sempre um pouco ir lá jogar. nalguns casos também valorizo o estacionamento nestes jogos.

à noite, não sou o melhor exemplo, dado que em período de liga, quase só jogo para a liga à noite, mas quando isso não acontece, escolho quase sempre os clubes onde me sinto melhor para ficar um pouco depois do jogo (espaço e sobretudo as pessoas), normalmente já fora de horas. e aí, confesso, não sou sensível ao preço.

Li muita vezes que o preço (ou a baixa do mesmo) é o único caminho. Se assim é, porque razão não vemos o Inatel ou o GO Fit como líderes de mercado?

penso que muita gente ainda é muito pouco sensível ao preço, vejo isso noutras franjas da modalidade, mas não tanto aqui no fórum. aqui no fórum acho que reunimos uma boa percentagem de forretas face ao público em geral :) e acaba por ser um tema recorrente

Será possível a convivência entre clubes indoor e outdoor? Será que têm o mesmo
Modelo de negócio e que deverão seguir a mesma estratégia?

penso que temos vindo a assistir a uma cada vez maior preferência pelos clubes indoor por questões climatéricas e de jogo (sem ser afetado pelos elementos naturais), mas que acaba por ser um pouco um contrassenso face ao clima que temos. com este sol, deveríamos estar todos na rua a jogar :)

acho que se complementam e haverá espaço para todos. colocando de parte as estações do ano, vejo uma clara preerência por clubes outdoor nas pessoas que se iniciam na modalidade. os pruridos e a preferência pelo indoor penso que surgem num estágio mais avançado de evolução na modalidade.

Qual a importância e sustentabilidade dos grupos organizados de jogadores e qual o seu impacto no desenvolvimento da modalidade?

a base de sustentação será sempre a da carolice de quem os lidera. em termos de importância, considero-os fulcrais para que a modalidade continue a ser aquilo que é e que gostava que sempre fosse: um jogo social, que coloca imensa gente a fazer a divertir-se e a fazer desporto, a fazer novos amigos e a promover esse tempo entre amigos. por isso não concordo com o excesso de regulamentação da modalidade, como expressei na última AG da FPP. mas isso é outro tema e em breve colocarei nesse tópico a minha visão dessa AG.

Que tem o padel a aprender com outras modalidades de raquete? Será a massificacao o único caminho? Que erros deve evitar?

se a massificação colocar de parte os serviços ao padel social, então acho que estaremos a ir no caminho errado. claramente irão surgir campos municipais, campos em qualquer barracão ou em quaisquer 200 m2 de área, mas na sua maioria estéreis no envolvimento que promovem junto dos jogadores. terão seguramente o seu espaço e poderão inclusivé ser importantíssimos para o crescimento da modalidade, mas creio, ou tenho esperança que assim seja, que os melhores clubes continuarão a imperar no mercado e que estas exigências apenas farão com que melhorem cada vez mais os seus serviços

Será o mercado espanhol (será apenas um ou vários?) a referência a ter em conta para a indústria do padel em Portugal, seja do ponto de vista dos clubes (e da sua sustentabilidade), seja do
Ponto de vista competitivo?

do ponto de vista dos clubes, a história do padel nacional começou já em versão 2.0. quando os clubes abriram por cá, já se apostou na qualidade e não em ter simplesmente campos de padel para alugar. não foi assim em todos os casos, mas na sua grande maioria. ou seja, o arranque a sério do padel em Portugal já começou com uma bitola bastante alta, e tem permitido que os novos agentes alinhem por essa bitola. razão também pela qual não se tem assistido a grandes lutas pelo preço.

em termos competitivos é onde acho que teremos mais mudanças. prevejo a criação de circuitos regionais fortes, muito provavelmente ainda sob a égide da FPP, que irão esvaziar o calendário de provas nacional, que atualmente é ridiculamente extenso. mas esta previsão, faço-a com uma base ainda muito instável, dado que esta crescente ambição de mimetizar o exemplo do golfe de só permitir a prática da modalidade a federados, poderá limitar em muito o crescimento da modalidade e esvaziar a parte dos torneios sociais. continuo a acreditar que o bom senso imperará, mas nunca fiando...
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Re: O que realmente interessa?
« Responder #10 em: Fevereiro 19, 2018, 01:27:30 pm »

Olá,

O mais importante para mim no padel é o competição/treino. O facto de haver muitos torneios disponíveis e ser possível competir em categorias ajustadas ao nível de cada um foi uma das razões que me levou a começar a jogar e gosto muito da rotina de treinar (treinava todos os dias se fosse possível).

Quando me perguntam onde é que jogo eu normalmente digo que jogo “em qualquer lado onde haja jogos”, neste momento estou disposto a deslocar-me até aos clubes onde há jogos e vejo o facto de jogar em campos com diferentes características como uma mais valia, porque os torneios vão acabar por acontecer nesses mesmos campos.
Se for eu a marcar o campo, prefiro fazê-lo onde o preço/qualidade sejam melhores sendo que para mim qualidade é:
Atendimento
   Infraestrutura
      Campo
         Piso
            Relva
            Areia
         Iluminação
      Edifício
   Localização

Não sei se podes dizer que o INATEL e o GoFIT não são líderes de mercado. Em primeiro lugar não são “clubes”, logo é um segmento de mercado completamente diferente. Em segundo lugar gostava de saber se conheces as taxas de ocupação deles.

Indoor e Outdoor têm vantagens e desvantagens uns em relação aos outros e logo não podem ser geridos da mesma maneira, o que é um erro muito comum.

Os grupos organizados de jogadores têm assegurado muitas horas de aluguer de campos a muitos clubes. Basta ver os exemplos do Padel Total e LNP. Penso que a sua importância é evidente.

Relativamente ao futuro e à sustentabilidade do padel tenho a seguinte ideia:
   O padel em Portugal só vai verdadeiramente evoluir, quando os clubes deixarem de ter clientes e passarem a ter atletas. Isso é um verdadeiro clube. O resto são empresas de aluguer de campos.
   As aulas que se vendem em muitos dos clubes são um produto, principalmente pela forma e isso não faz dos “clubes” clubes.

Tentei manter o mais resumido possível. Terei todo o gosto em discutir qualquer dos pontos.

Abraço
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votan

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Re: O que realmente interessa?
« Responder #11 em: Fevereiro 19, 2018, 02:08:30 pm »

Para mim, o futuro do padel passa pelos clubes indoor onde os responsáveis conseguem mobilizar os jogadores em eventos regulares. Jogar padel é giro, mas jogar padel, socializar e beber uma jola com pessoal porreiro é muito melhor. O enfâse não deve de ser só dado às condições estruturais, mas também à parte social do desporto.

Do ponto de vista económico, acho que os clubes falham na minimização de custos para redução de preços sem perda de lucro. Vejo preços absurdos nos campos em Lisboa e acho que isso se deve à ineficiência da gestão e falta de planeamento dos donos. Vemos em Espanha clubes com mais de uma dezena de campos sempre cheios e tenta-se reproduzir isso em Portugal com 2 ou 3 campos que nem sempre estão ocupados. É complicado manter um negócio nestes termos. Podemos apontar o dedo aos donos dos clubes, por praticarem preços extremamente elevados, mas acho estranho que seja o caso. Acho que se o preço derivasse de "ganância", à falta de melhor termos, haveriam exceções. Clubes com preços mais baixos para aumentarem a procura. Não é o caso. Penso que o investimento seja elevado nestes clubes, assim como as despesas e, os preços altos refletem uma necessidade dos donos em recuperar o dinheiro investido, pagar as contas, e terem o seu lucro ao fim do mês.
Posso estar errado (e decerto que alguém aqui, com experiência o dirá, em vez de ser eu a imaginar que estou certo :p).

Eu, se tivesse um clube de padel, investiria na fidelização dos clientes. Preços melhores para quem mais usa o espaço. Incentivo para que os jogadores se mantenham no clube depois do jogo (por exemplo, o aluguer incluir uma imperial pós-jogo). Um sistema de torneios regulares para que todos os frequentadores do espaço possam confraternizar e criar-se uma comunidade e, acima de tudo, ouvir os clientes e ver o que eles esperam do Clube. Cada pessoa tem as suas ideias, mas ouvindo as pessoas, têm-se uma ideia mais real do que fazer para ter sucesso.

Agora, podem achar que tudo isto é parvoíce e que não pesco nada disto... É por isso que nunca pensei em investir no negócio do padel :)
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joaoplantier

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Re: O que realmente interessa?
« Responder #12 em: Fevereiro 19, 2018, 02:29:36 pm »

Nada como oferecer imperiais para ter respostas de qualidade. Vários inputs interessantes, apesar de não concordar necessariamente com todos. Vou esperar por mais opiniões e depois contra-opino.
Abraço
João
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Re: O que realmente interessa?
« Responder #13 em: Fevereiro 19, 2018, 03:26:02 pm »

Explanando um pouco qual a minha visão do Padel enquanto modalidade e tentando ir de encontro às questões que o Plantier muito pertinentemente colocou:

O Padel tem, para mim, 3 vias completamente distintas, que por sua vez se podem ainda “dividir”:

1) - A profissionalização e alimentação de valores para a Seleção Nacional (Mas & Fem)
2) - A prática enquanto desporto
3) - A prática enquanto actividade de lazer/recreativa

Começando pelo 1)
Ao contrário do que se pensa, a fomentação/alimentação de uma Seleção Nacional, não se faz pela Federação. Os clubes são sempre, em qualquer modalidade os “fornecedores” de jogadores de top às convocatórias. A federação pode e deve criar condições logísticas para esses jogadores criarem de facto uma seleção, um grupo… treinarem… terem a sua “casa”…o seu centro de estágio.
Já se falou de um centro de competição no Jamor, mas pessoalmente nunca vi o projeto nem sei de datas para que isso aconteça.
Mas diga-se, de nada adianta ter umas instalações muito “bonitas” (e mesmo sendo bonitas, têm de ser bem geridas) se não forem alimentadas com jogadores e aí é que o papel da federação é importante e que “cola” com os pontos seguintes.
Os clubes não têm, à data, uma “equipa” própria. (e para que lhes serviria terem? Se eu tivesse um clube também não me preocuparia com isso pois isso não alimenta o meu negocio)
Têm um conjunto de jogadores habituais, escolhidos pelos seus professores (que são por norma os habituais selecionados por serem jogadores de top). O seu modelo de negocio (e isto não é uma critica) está vocacionado para alugar campos, proporcionar (em alguns casos) um “Value for Money” compensatório e fidelizar campos.
Ora para alimentar uma seleção é preciso “formar” atletas e formar atletas não é saber “sacar por 3” em todas as bolas. É criar escolas de padel para as crianças e apostar num modelo de formação a 5-10 anos.
E isto simplesmente não existe e desconheço se a FPP tem algum plano, ou sequer conversações com os clubes para fomentar isto de alguma forma.
Fazendo analogias…se pensarem em outras actividades ou desportos isto existe sempre. Seja do coro de santo amaro de oeiras, à natação do alges e dafundo, a academia de futebol do sporting (falo desta por ser a que tem esse modelo há mais anos…nada de clubismos ok?), seja o Chapitô, seja Engenharia no Técnico….
Em suma, as entidades privadas (sejam clubes, sejam ligas organizadas por empresas como a padelbox) que investiram do seu próprio bolso em infraestruturas e hoje em dia mobilizam a massa critica de jogadores de Padel têm de ter um plano e uma entidade organizadora que fomente o Padel e essa responsabilidade recai obviamente na FPP.
O seu papel de regulador deve ser gerador de consensos e não de imposições de taxas, regras sem sentido e burocracias que em nada ajudam este objectivo.
Recentemente houve eleições para representantes de clubes e jogadores… taxa de participação foi residual… a comunidade do Padel está alheada da FPP (ou será o contrário?) e isso refelte-se.
Pessoalmente estes temas interessam-me e questionei se era possível a uma pessoa (vá a um federado) assistir a uma assembleia da FPP. Não é possível!
O modelo impõe que os delegados dos jogadores sejam a sua voz… mas isto faz algum sentido? Os delegados falam com os jogadores como? Pelo boca a boca do seu dia a dia particular?
O Padel não (já deixou de ser) um tema de apenas alguns. É um tema de todos. De muitos.
Mas já me estou a desviar da temática e deixemos este post sobre qual deverá ser a actuação da FPP para outro post.
Como alguém já escreveu:
O padel em Portugal só vai verdadeiramente evoluir, quando os clubes deixarem de ter clientes e passarem a ter atletas. Isso é um verdadeiro clube. O resto são empresas de aluguer de campos.


…continuando no ponto 2)
Neste ponto refiro-me a muitos praticantes que fazem do Padel a sua actividade física principal (já nem falando da terapia psicológica que ele proporciona) e que querem de facto evoluir tecnicamente, competir em torneios, etc.
São aqueles jogadores que vemos assiduamente nos clubes, que escrevem neste fórum, que vão aos torneios de aniversário dos clubes e que imagine-se, até se federam para poderem ir a torneios FPP para aparecerem numa tabela pdf com um ranking!!
Em suma, falo dos jogadores que não começaram isto desde pequeninos. Foi a malta que na ultima mão cheia de anos descobriu isto e que andou por ai a fazer manguitos à troika a gastar dinheiro que não devia.
Falemos então desses jogadores. Os clientes dos clubes. Os tais que, no estado actual das coisas, motivaram algumas das perguntas que o Plantier colocou.
Sem fazer inconfidências, enquanto escrevo recordo-me agora da conversa de um grupo de amigos em que um deles ao rever fatura IRSe pagamentos de 2017 exclama… gastei pelo menos 2000€ em Padel o ano passado! Isto não contabilizando o pago em cash. Ora descontando o habitual mês de férias….ele gastou por mês, minimo uns 180€.
Um abuso? Mas como? Fácil…é fazer as contas:
Tipicamente as aulas 1x por semana, com 4 alunos, custam 60€ certo? (alguns clubes menos… mas também pode ser mais caro se forem menos alunos por turma), portanto…660€. Jogar 2x/semana, em Lisboa num indoor nos clubes de top? A 10€ por jogo que é o preço habitual = 80€/mês = 880€.
Fazer um torneio (tipicamente 20€ de inscrição) por mês?=220€
A jogar assim tanto… 1 raquete por ano e 1 par de ténis (há quem gaste menos…há quem gaste mais) … (aqui os preço variam muito por isso… vamos por valores médios de 150€ mais 70€) =220€
Contas de merceeiro, somatório de 1980€
 Pois é… um praticante de judo, natação, futebol, whatever…quanto pagará por ano? Um ginásio premium oferece acesso a n actividadesde não sei quantas aulas por metade, um terço deste valor. Um ginásio low cost por bem menos que isso e com free pass!!
Então como é que um jogador passa de ser praticante ocasional para ser assíduo? Verdadeiramente assíduo?
É isto que os clubes devem pensar.
Obviamente que até ao momento e falando em exclusivo da grande Lisboa, as horas de pico continuam “cheias” e por isso não há essa necessidade.. os clubes têm a sua fonte de rendimento estável e assim se vão mantendo.
Ora, este discurso todo parece que não está relacionado com a temática deste ponto mas a questão é que está! E passo a explicar:
O jogador que pratica o Padel enquanto desporto (e que não quer ser atleta) procura muita coisa e é exigente. Primeiro que tudo, não procura apenas “um campo para alugar”. Isso responde ao tema dos Go fit´s e afins… Um jogador gosta de ir a um clube.
O Go fit é um ginásio que aluga campos, ainda por cima com piso assim a assim, que dá seca aos jogadores para dar a chave, sistema de luzes de moedinhas e que fecha os jogadores atras da grade depois da hora de fecho…. Para quem quer só jogar a um preço acessível serve. Optimo sitio para ir com os miúdos treinar por exemplo… mas não oferece aquela sensação de ir jogar Padel.
Um clube dinâmico, com bom staff, com bons campos oferece mais que isso e claro isso paga-se mais. O tema aqui é quanto mais?
Por agora as horas de pico cheias ditam que não vale a pena os grandes clubes se diferenciarem muito. Mas os clubes pequenos, com menos campos, com pior estacionamento, até alguns outdoors, etc. devem repensar estratégia… pelo preço? Sim em horas de expediente, de almoço, manhãs, fins de semana…mas mudando a dinâmica com diferenciação de serviços alem do Padel. E uma forma de os pais/mães terem lá um espaço com animador para se poder deixar os filhos enquanto se joga? – Só para citar um exemplo….
Terão os clubes já pensado em levar os jogadores as suas instalações para ver o campeonato do mundo nas suas TV´s?.... e ali pelo meio fazer um joguinho?... só para citar outro exemplo.
Em resumo: o praticante assíduo do Padel quer clube de Padel e não um campo para alugar? Sim. E paga mais por isso? Sim. Mas quer algo que seja sustentável.

3) e o jogador social
O jogador social pode ter duas vertentes…aquele que vai experimentar o padel e eventualmente se tornará praticante assíduo e aquele que vai pela piada de vez em quando porque os colegas da empresa o desafiaram.
Já foi aqui falado pelo fórum, que a taxa de retenção do Padel (ou seja pessoas que apos experimentarem o passam a querer fazer regularmente) é elevada. Mais elevadas que muitos desportos.
Ora, so vejo dois motivos para que uma pessoa não passe a fazer disto pratica regular:
 - Não tem jeito nenhum e não gosta de desportos de raquetes – sobre estes nada a fazer!
 - Até gostou, mas rapidamente faz contas e 10€ por jogo é mais caro que um menú de almoço no trabalho… e prefere pagar 7€/semana no fitnuss hut. Lá estou eu a falar do preço, mas falo porque consigo lembrar de uma mão cheia de pessoas da minha sala de trabalho onde isso aconteceu. 5 clientes “perdidos”.
Aqui a solução da expansão da modalidade será a massificação. Campos municipais, clinicas privadas dos clubes para iniciantes ao preço da chuva (para os transformar em jogadores assíduos e que depois valorizem o que referi no ponto anterior). Isto requer acima de tudo uma gestão de uma grande base de dados…! Um enorme conhecimento da clientela. Não pode ser apenas o funcionário da recepçao e sim um staff por trás a analisar o “tráfego” do clube…

Respondendo directamente às questões colocadas:

Na vossa opinião o driver da decisão de escolher um clube de padel é o preço ou valorizam também a qualidade da infra-estrutura, dos serviços prestados (p.e. Organização de jogos ou de eventos, treinos, etc)?

Já respondi. Não é so preço. Há condições mínimas. Campos, climatização, bolas…até qual a cerveja que servem, serve de diferenciador. O preço é um dos fatores, que se torna mais importante quanto mais vezes se for jogar.

Será possível a convivência entre clubes indoor e outdoor? Será que têm o mesmo Modelo de negócio e que deverão seguir a mesma estratégia?

Depende do outdoor…depende do indoor… Um indoor tem sempre o tema da altura do pe direito do espaço…e da climatização.
O outdoor tem o tema…do local em si…. (e aqui incluo os cobertos). Tens os clubes onde o vento, barulho do transito, a bicharada, as folhas não varridas, as sombras das arvores são temáticas dissuadoras e outros que não têm esses “problemas”. Como também alguém aqui já escreveu…quanto mais “purista” (direi picuinhas) for o jogador mais atenção dará a cada vez mais desses fatores.

Qual a importância e sustentabilidade dos grupos organizados de jogadores e qual o seu impacto no desenvolvimento da modalidade?

Bastante importante.
Digo simplesmente desta forma: Os grupos organizados de jogadores fazem aquilo que os clubes (e federação) não fazem por eles. Organizam-se. Tomam iniciativa.
Um evento do fórum, um mix do carvalho, um padel total, etc. etc. etc. etc. é sempre aliciante não é? Porque será?

Que tem o padel a aprender com outras modalidades de raquete? Será a massificacao o único caminho? Que erros deve evitar?

Com os pontos anteriores tentei demonstrar que não. A massificação poderá/deverá acontecer, mas porque o mercado assim obrigará.
Haverá um ponto de saturação de pessoas que sustentem o modelo de negocio “as is”  e daí se partirá para os extremos. Clubes muito premium (não se falou desse nicho ainda) e para as “massas”.
O erro a evitar é ficar de braços cruzados e desperdiçar os newcomer´s. Volto a referir… apenas o funcionário do balcão, não basta….

Será o mercado espanhol (será apenas um ou vários?) a referência a ter em conta para a indústria do padel em Portugal, seja do ponto de vista dos clubes (e da sua sustentabilidade), seja do
Ponto de vista competitivo?

O mercado espanhol terá muitas semelhanças com o nosso por sermos culturalmente parecidos? Não sei… não conheço o mercado espanhol. E mesmo sabendo que eles têm 20 anos de avanço.
Mas em Espanha há clubes com excelentes instalações (vemos fotos e descrições de foristas que os visitam) e cuja politica de preços é bastante diferente.
Mas em Espanha o padel está no topo dos desportos mais praticados.
E coincidência das coincidências….Quanto ao ponto de vista competitivo… qual é a maior referencia competitiva mundial? Não é Espanha?....
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NS

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Re: O que realmente interessa?
« Responder #14 em: Fevereiro 19, 2018, 03:36:43 pm »

Nada como oferecer imperiais para ter respostas de qualidade. Vários inputs interessantes, apesar de não concordar necessariamente com todos. Vou esperar por mais opiniões e depois contra-opino.
Abraço
João

Delete a todas as respostas.
Solução para todas as questões sobre o futuro da modalidade: Oferecer cerveja em todos os clubes, eventos, torneios, etc.
Resolvido.
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