Não conheço muitos jogadores de Padel que nunca tenham tido queixas do cotovelo. Geralmente começa por uma pequena dor no cotovelo que vai piorando de jogo para jogo, até se tornar insuportável e obrigar à paragem da prática do Padel. Pelo menos é o que me contam, porque o meu caso foi absolutamente distinto.
Efetuei um jogo no LRC (campos descobertos) a uma quinta-feira, num dia sem chuva mas com bastante humidade (vidros completamente embaciados), pelo que as bolas foram ficando mais pesadas. Quando o jogo terminou senti algum desconforto no cotovelo, mas nada de preocupante, tanto que nem me passou pela cabeça fazer gelo ou tomar o clássico Voltaren. Dois dias depois, voltei a jogar, desta vez em indoor e aí já senti imensas dificuldades para terminar o terceiro set. O pior é que já me tinha comprometido para jogar nessa tarde. Lá compareci ao jogo da parte da tarde, aí já encharcado em Voltaren e besuntado com pomada e consegui terminar a partida, mas a jogar sempre com grande sofrimento. Nessa noite e nos dias seguintes não conseguia fazer tarefas simples como abrir as maçanetas das portas de casa, fazer a barba, etc, etc.
Marquei consulta para um conceituado ortopedista (Paulo Felicissimo) que me esclareceu que a fisioterapia resolve a lesão em cerca de 85% dos casos. Quando não funciona, as infiltrações resolvem 10%. Os restantes 5% são, geralmente, resolvidos através de intervenção cirúrgica. Notem que ele teve o cuidado de alertar que não vale a pena fazer mais do que 15 sessões de fisioterapia. Segundo ele, se não houver melhoras com 15 sessões, não vai funcionar.
Assim sendo, submeti-me aos ditos tratamentos de fisioterapia. As primeiras sessões foram tão dolorosas, que passei a tratar o meu fisioterapeuta (Francisco Silva, que, por sinal, é excelente e já me tratou de outras lesões) por Torquemada “O grande inquisidor”. Tão doloroso que confessei tudo o que sabia. E o que não sabia, inventei!
Nas primeiras sessões não notei melhorias, mas a partir da 10ª (mais coisa, menos coisa) tive melhoras significativas. À 18ª sessão, apesar de ainda ter algumas dores suportáveis, concordámos que estava apto a regressar à prática do jogo.
E assim foi durante 7 felizes jogos. Nos primeiros a medo, depois com maior confiança, lá fui jogando, sempre com alguma dor, mas absolutamente suportável. Nota: Apesar dos muitos conselhos que recebi nesse sentido, não troquei de raquete e mantive-me fiel à Varlion Lethal Weapon (LW) Carbon 5.
O caldo entornou num dia em que tinha chovido e tive (para não deixar os meus parceiros “pendurados”) de voltar a jogar com bolas pesadas. Acabei em sofrimento e fiz imediatamente gelo e Voltaren. Mas o mal estava feito, e não consegui terminar o jogo que tinha marcado para o dia seguinte. Ao fim de meia hora não conseguia sequer fechar a mão para segurar a raquete…
De regresso ao ortopedista, fiz ontem uma infiltração ao cotovelo para tentar resolver o problema com o "cotovelo de tenista". O processo é simples e pouco doloroso…
Enquanto o efeito da anestesia não se dissipa.
Depois piora consideravelmente durante umas 4 ou 5 horas, apesar de nunca ter atingido o nível de dor que senti nas primeiras sessões de fisioterapia (que, apesar disso, aconselho sempre que seja o primeiro recurso).
Acordei hoje sem dores e, pela primeira vez em muito tempo, nem me lembro que o cotovelo existe. Agora seguem-se (mais) 3 semanas de paragem. Depois vos direi se funcionou...
E desta vez, não vou arriscar nada. Vou trocar a minha Varlion por uma raquete com o núcleo em polietileno para absorver melhor as vibrações da pancada.
Mas, para já, o único conselho que vos posso dar é: Cuidado com os campos molhados ou com muita humidade… Tal como ocorreu comigo, podem nem dar pelo mal que isso está a provocar.
Abraços,