Comunicado Oficial da FPP:
COMUNICADO DA FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE PADEL
Cancelamento WPT Lisboa - 2015
Perante a recente notícia oficial no site do WPT do cancelamento da prova WPT Lisboa e sua substituição por Sevilha na mesma data, e depois de contactada por diversas pessoas e entidades no sentido de prestar esclarecimentos, sente a FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE PADEL a necessidade de prestar esses mesmos esclarecimentos aos seus associados, patrocinadores e amantes da modalidade:
1) As relações entre o WPT e a FPP são excelentes. A FPP entende as razões que levaram ao cancelamento da prova e face às circunstâncias teria feito exactamente o mesmo.
2) A FPP é a parceira institucional do WPT em Portugal e reconhece todo o empenho do WPT em fomentar o padel em Portugal e toda a ajuda que tem prestado à FPP, através de um grande investimento e ao assumir a maioria do investimento que uma prova desta dimensão acarreta.
3) O parceiro comercial do WPT no WPT Lisboa nestes últimos 3 anos foi a UCOM que tentou sempre obter o maior apoio para uma modalidade em crescimento e consequentemente com maiores dificuldades na angariação de patrocínios. Apesar de tudo a UCOM conseguiu das maiores campanhas de media jamais vistas em Portugal, numa modalidade que há 3 anos era practicamente desconhecida dos portugueses.
4) O Lisboa Racket Centre foi o host do evento nos 2 anos anteriores. Este ano seria também se a meio dos preparativos o evento não tivesse sido cancelado. As relações do LRC com o WPT e com a FPP são excelentes e o padel deve muito a este clube que desde o primeiro minuto se prontificou a receber a prova, colocou-se à disposição para o que foi preciso sem nunca se negar a nada ou exigir qualquer contrapartida, e foi uma das entidades que mais investiu na prova, no padel e no seu fomento, recebendo sempre elogios de todas as entidades que participaram no evento.
A principal razão para que a prova não se realize é a falta de patrocinios. O WPT fez grandes investimentos para que tivéssemos uma prova desta dimensão, e não poderia continuar a suportá-los financeiramente na sua totalidade, por mais boa vontade que tivesse ou carinho que sentisse pelos aficionados portugueses. Uma prova em que estão presentes as 32 duas melhores duplas do mundo tem muitos custos e tem que ser o país que a recebe a angariá-los, seja pela iniciativa privada seja com apoios do autarquia ou do governo. E que fique claro que não era da competência da FPP angariar os mencionados patrocinios.
O certo é que nem a Camara Municipal de Lisboa quis apoiar o evento, nem a secretaria de estado do desporto quis apoiar o evento. Ambas utilizaram o argumento, errado, que não poderiam apoiar pois a FPP não goza do estatuto de utilidade pública, algo que no entender deles é um requisito da nova legislação portuguesa. Pese embora que o apoio que prestassem nunca ficaria perto sequer do apoio que é necessário numa prova destas. Afinal de contas o padel não é futebol, e se para o futebol há milhões para outras modalidades não há sequer tostões.
A FPP tentou, por todos os meios clarificar e apresentar junto do governo, os pareceres legais que tem em sua posse, com o intuito de esclarecer e resolver a situação legal que se vive, com o intuito de poder trazer aos portugueses a oportunidade de terem um evento de dimensão mundial. Nesse sentido temos que agradecer ao Ministro da Presidencia e dos Assuntos Parlamentares, Dr. Luis Marques Guedes, pela sua isenção e profissionalismo quando nos recebeu e ouviu, mostrando que nem só o futebol importa para o governo e que a todos ouve. Sem quaisquer promessas e por não estar por dentro do assunto, e conforme lhe competia, remeteu-nos para o órgão hierárquico abaixo com essa competência, ou seja a secretaria de estado do desporto. Infelizmente ao aí chegarmos esbarrámos numa parede com ideias muito fixas sem qualquer abertura para o dialogo e sim apenas a estrita imposição do que é uma vontade e ideia, totalmente errada quanto a nós, que é a da unificação de federações numa perspectiva meramente financeira e de poupança de custos, quando todos sabemos que as grandes nações fazem exactamente o contrário que é separar as modalidades e torná-las o mais autónomas possivel, pois as suas especificidades marcam a diferença em alta competição. Não fomos à secretaria de estado para sermos ouvidos, e sim sómente para ser instruídos. Valer-nos-á o curto tempo que falta para que outros ouvidos se sentem nessa cadeira, na esperança que sejam mais sensatos, e abertos ao diálogo democrático.
Entretanto perde o país, perde a autarquia, perde o turismo e perdem as receitas do estado. Perdem também os portugueses um evento de dimensão mundial com cobertura televisiva para todo o mundo, onde e repito, participam os melhores 32 pares do mundo. Apesar de tudo a FPP não baixará os braços e não deixará de lutar para, em local próprio, ver protegidos os direitos que por interpretações incorrectas e convenientes da lei nos têm sido negados. A nós portugueses, restam-nos os tribunais que têm o poder de fazer entender aos orgãos competentes que não são donos da verdade e que por convicções próprias não podem fazer o que querem, só porque querem, ou seja, no nosso entender, não fazer cumprir os processos previstos na lei, beneficiando uns e prejudicando outros.
Asseguramos-vos que temos um plano para que o evento volte garantidamente a Portugal, talvez noutra cidade com abertura para apoiar o evento, talvez com outros parceiros, mas asseguramos a todos os amantes da modalidade, que os encontraremos, sejam privados ou institucionais.
Resta-nos agradecer a todos os patrocinadores, ao LRC por ter recebido a prova estes anos e por ter dado tanto ao padel nacional, à UCOM pela divulgação mediática que deu ao padel, e ao WPT por tudo o que investiu e pela oportunidade que nos deu a nós portugueses de vermos os melhores do mundo. E dizer-lhes em nome de todos, até breve…
Ricardo da Silva Oliveira
Presidente