vou deixar aqui os principais tópicos discutidos na AG
ORÇAMENTO
- Mais uma vez foram referidos o pouco tempo disponível para avaliar os documentos sujeitos a aprovação, o que inviabiliza um análise detalhada dos mesmos, e a falta de condições para quem acompanha a AG remotamente, que não consegue ouvir praticamente nada do que é falado na sala
- Foram colocadas várias dúvidas sobre as diferentes rubricas do orçamento (à frente as explicações dadas), nomeadamente:
i. 3 apoios de 10 000 eur cada a provas EPA 1000 - circuito europeu semelhante ao Futures ATP, com 3 provas previstas para Portugal, correspondendo o valor à organização, alojamentos, prize moneys, etc. em cada prova;
ii. critérios para atribuição de bolsas para jogadores top 100 WPT - apesar do nome, os critérios de seleção de 6 jogadores (3 homens e 3 mulheres) não se centra na presença no top 100 WPT mas em critérios (?) da FPP. neste momento, a Nogui recebe a maior fatia destas bolsas, não tendo ficado claro o porquê dessa decisão, e o até há pouco tempo n.º 1 nacional masculino não recebe nada, supostamente por não ser um jogador selecionável na altura do envio da lista para o IPDJ;
iii. receita de 60 000 eur prevista com os patrocínios do circuito nacional - em negociações, com possibilidade de alargamento desta verba se o patrocínio se estender às seleções nacionais;
iv. suborçamentação das receitas com as verbas dos cursos de treinadores e juízes árbitro - aparente erro, sendo os valores apresentados os do balanço (deduzidos os custos) e não as receitas, como deveriam ser;
v. aumentos dos custos com espaços (+50%) e apoio jurídico (+67%) - mais uma sala alugada na sede para ministrar formações e necessidade de maior apoio jurídico com os recentes problemas com a EPA/FIP e dívidas em contencioso com a empresa que até 2018 (?) organizava o WPT
vi. aumentos significativos dos custos com deslocações (+220%) - maiores necessidades de deslocação do selecionador nacional e dos membros da direção, nomeadamente devido à maior presença destes em órgãos internacionais;
vi. diferenças entre as rubricas estágios jovens e deteção de talentos - o primeiro é só para a seleção e o outro são dias organizados um pouco por todo o país em que qualquer jovem se pode apresentar e ser avaliado;
vii. aumento de quase 50% nas receitas com as licença de treinadores e diirigentes filiados previsto para 2020 - justificado pelo aumento de clubes filiados e de cursos ministrados, não tendo sido possível perceber o porquê do contrassenso entre esta aparente sobreorçamentação face à suborçamentação das receitas com esses mesmos cursos. por outro lado, existem mais de 60 juízes árbitro filiados em 2019 e apenas 20 nas receitas de 2020...
viii. elevado peso dos RH no orçamento para uma federação tão jovem e ainda com poucos federados - foi dado o exemplo dos atrasos nos pagamentos aos clubes por parte da FPP (40 000 eur por processar até final do ano) como evidência da necessidade de reforçar o staff da FPP entre outros argumentos
- Foi referida a equidade nos prémios femininos e masculinos das provas FPP, tendo o presidente referido que neste momento há um grande desfasamento da presença masculina e feminina nas provas do circuito: 79% homens e 21% mulheres
- Um pouco offtopic, mas relativamente ao campeonato nacional, a FPP isentou-se de culpas, indicando que são as diretrizes do IPDJ que nenhum jogador estrangeiro possa ser declarado campeão nacional, não se tendo percebido porque foi permitida sequer a inscrição de estrangeiros no campeonato
- Um dos delegados dos jogadores referiu que tem de ser dada maior atenção aos veteranos, dado que eles neste momento representam uma fatia muito importante dos jogadores (75% com mais de 35 anos, segundo as suas estimativas) e têm muito poucos apoios, como é o caso dos apoios quase inexistentes para a seleção de veteranos. A direção referiu que o IPDJ não canaliza verbas para este escalão. Contudo, nem tudo precisa de vir do IPDJ, há verbas próprias FPP para o efeito, a começar pelas licenças e participação em torneios só destes jogadores.
- Um dos delegados dos clubes criticou a qualidade do trabalho no Padel Escolar e juvenil, referindo que se vê muita festa e muitos miúdos nas bancadas das provas internacionais, mas que não vê resultados palpáveis e consistentes do mesmo. Sugere a criação de bolsas para jovens irem treinar a Espanha ou por cá, nomeadamente para jovens cujos pais não têm capacidade financeira para tal. A direção da FPP contrapôs indicando que é dos trabalhos de que mais se orgulha, tendo apresentado números dos professores formados, crianças aderentes, clubes envolvidos, etc.
- Este mesmo delegado questionou ainda os fracos números de presença feminina nos torneios face ao sucesso de outras provas, nomeadamente Ligas sociais, tendo proposto a nomeação de uma pessoa responsável para o padel feminino que o saiba desenvolver e promover.
- Ainda sobre o circuito juvenil, este delegado acrescentou que os melhores jogadores jovens não participam no circuito por este ter um nível muito fraco e que acabam por competir com os adultos. A FPP referiu que o circuito teve uma média de 12 duplas por torneio em 2018 (14 provas no total), mas que subiu para 24 duplas em 2019 (22 provas no total), e que espera um crescimento em 2020.
A proposta de orçamento foi levada a votação, passando com os votos a favor de todos os delegados, exceto eu que me abstive.
TAXAS
- Só para contextualizar, foram propostas as seguintes alterações de taxas para 2020:
i. aumento de 7% na licença de clubes e de 17% na licença por campo
ii. aumento de 100% na licença das empresas
iii. aumento de 18% na licença dos jogadores e de 20% na dos praticantes
iv. aumentos de 16%, 5% e 15% nas licenças de treinador, juíz árbitro e dirigente, respetivamente
v. abolição do desconto de 5 eur pela segunda categoria, justificado pelo elevado trabalho administrativo que implica
- foram feitas várias críticas ao elevado aumento de taxas proposto, essencialmente por mim e por um delegado dos clubes, o qual frisou que este aumento é contrário ao esforço de angariação de federados
- o presidente da direção disse que as taxas se tinham mantido inalteradas durante muito tempo e que tinham de as subir agora
- depois voltou a bater na tecla de obrigar todos os praticantes de padel a serem federados como trajeto para a obtençao de mais filiados, dando novamente o exemplo do golfe. referiu ainda a importânia da ajuda dos clubes nesse esforço, de impedirem os utilizadores do espaço de jogarem nos clubes se não forem filiados, e que voltará a propor isto no próximo mandato, se se voltar a candidatar
- quando falei eu, comecei por criticar severamente (mais uma vez) esta ideia da obrigatoriedade de todos os praticantes serem federados, que é contrária ao espírito da modalidade, eminentemente social, e que se a queremos democratizar este não é seguramente o caminho, referindo que caminhar nesse sentido é dar tiros nos pés
- sobre as taxas, indiquei que as únicas taxas que se tinham mantido inalteradas eram as dos clubes entre 2017 e 2019, tendo tudo o resto aumentado significativamente ao longo dos anos. dei os exemplos dos aumentos percentuais rubrica por rubrica referidos acima para 2020 e fiz um apanhado histórico desde 2016, último ano sem apoios adicionais do IPDJ: clubes +14%, empresas +186%, jogadores +63%, treinadores +57%, juízes árbitro +13% e dirigentes +50%. questionei como se pode aumentar tanto as taxas a partir do momento em que há mais verbas para a modalidade vindas do IPDJ, quando o trajeto deveria ser inverso ou pelo menos de manutenção das taxas para aumento de filiados
- argumentei ainda com o aumento anormal das licenças para as empresas, quando existem apenas 3 empresas filiadas em 2019. sublinhei o facto de a PadelBox, apesar dos seus esforços de pedidos de aprovação das suas provas, todos eles rejeitados pela FPP, ser a única empresa organizadora de provas sociais que é filiada na FPP, não percebendo como é possível que 2 outras provas sociais tenham aprovação FPP se as empresas que as organizam nem sequer sejam filiadas na FPP, tal como sucede com a empresa que atualmente organiza o WPT em Portugal, igualmente não filiada
- isto deixou o presidente da direção incomodado, referindo que se tratava de um erro e que estes 3 casos eram empresas filiadas...
A tabela de taxas foi levada a votação e foi chumbada com os votos contra do delegado de clubes que as criticou assim como o meu, juntamente com 4 abstenções e 2 votos a favor. 3 delegados dos clubes foram embora a meio da discussão deste ponto, não tendo votado
EPA
Foi levada a discussão a entrada da FPP na EPA, apesar de formalmente a FPP já fazer parte da EPA há vários meses, tendo inclusive organizado uma prova EPA recentemente
- questionei o racional por trás da criação da EPA, tendo sido referido que se trata de um órgão que faz todo o sentido em termos institucionais com o crescimento da modalidade, criando uma plataforma intermédia entre as federações europeias e a estrutura internacional da FIP
- frisei ainda a péssima imagem que o diferendo FIP/EPA representa para a modalidade, tendo o presidente da direção referido o caráter "complicado" do atual presidente da FIP como estando na raíz de todo o problema e dado o exemplo do apoio da Federação Espanhola de Padel à prova que decorreu em Portugal para justificar que a razão aparente está do lado português. contraargumentei referindo que esse apoio é meramente circunstancial, dado que também o presidente da FEP é acusado no próprio país de ter um caráter "complicado" e que seguramente não vai ser reeleito nas eleições que irão decorrer em breve, devido à falta de apoio de mais de metade das federações autonómicas que elegem a direção, podendo deixar Portugal isolado nesta batalha
- questionei ainda sobre quais os riscos financeiros para a FPP pela organização de uma prova não reconhecida internacionalmente por ter recebido dinheiros públicos do IPDJ e quais os riscos para a Utilidade Pública Desportiva da FPP decorrentes do facto de Portugal estar neste momento suspenso da FIP e em risco de expulsão da FIP, o que levaria à extinção da UPD por falta de reconhecimento internacional. o presidente referiu que é impossível isso acontecer, porque uma expulsão necessita de 80% dos votos em AG e "isso nunca vai acontecer", e relativamente à organização da prova EPA, não há riscos financeiros alguns
A entrada da FPP na EPA foi aprovada por unanimidade.
OUTROS ASSUNTOS
Infelizmente tivemos pouco mais de 10 minutos para discutir outros temas, o que levou a que algumas das questões que pretendia esclarecer tivessem ficado de fora. Um dos delegados dos jogadores apresentou vários temas relatados por jogadores, mas que não consegui reter a maioria por não terem tido resposta da FPP, ao passo que eu terminei a AG referindo i. a preocupação com o RGPD com a recente passagem de dados dos jogadores para a plataforma TiePadel, não se tendo percebido em que momento foi autorizada essa mesma partilha de dados com uma plataforma externa à FPP (indicaram que "achavam e esperavam" que o TiePadel estivesse devidamente resguardado quanto a esse tema), ii. a estranheza dos jogadores do campeonato nacional de clubes por terem defrontado equipas quase integralmente compostas por jogadores espanhóis, as queixas pelos enormes atrasos e o desinteresse pela prova demonstrado pela FPP, evidenciados pela ausência de um elemento da FPP nas entregas de prémios e pelo regulamento da prova no site ser ainda o de 2018, iii. atrasos na emissão dos diplomas dos treinadores para obtenção da credencial do IPDJ (aqui a FPP referiu que tem sido um processo complicado o de obter a informação do IPDJ que seja definitiva para encerrar estes processos, relatando as várias reuniões mantidas com esta entidade nesse sentido)