O lesionado apresenta-se. Boa tarde a todos.
Nota prévia: O lesionado manteve-se em campo por opção própria. É maior de idade. Está vacinado. Tem excesso de peso e os triglicéridos elevados, sendo ainda de salientar que se insurgiu no momento próprio, quando viu que estava a ser protegido.

Pegando no tema, e antes de me pronunciar suscito a questão: O que é fair-play no desporto?
Condescendia? Por exemplo, um jogador com uma deficiência que decida entrar numa competição para jogadores ditos "normais", o oponente deve ser condescendente com a diminuição do adversário? Ou isso seria sentido como desrespeito por parte de quem do outro lado se esforça e que não gosta de facilidades e facilitismos?
Atenção que não estou a falar em desportos de combate, nem de uma prova de caça, nem de tiro ao alvo, mas sim de um desporto em que, consciente da limitação que tem, um jogador considerou que não seria opção desistir e perder, tendo antes optado, ainda que com dores e com capacidade para decidir quais as bolas que jogava, manter-se em campo, sem correr qualquer risco de vida, apesar dos triglicéridos e do excesso de peso, a que deve ser acrescentado um almoço de um duplo aniversário, ao sabor de um naco na pedra, com 1, ou 2, talvez 3, copos branco seco fresquinho (foram mais, mas não interessa, pois não sei se seria considerado doping

) e com direito a sobremesa calórica – entradas não pois era dia de competição!

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Agora o mais importante. Optou, mas alertou a equipa adversária que não queria ser protegido tendo mesmo dito para jogarem como se nada tivesse (aliás, até gritou que estava em campo). E no 2º set não foi só por uma vez.... Já no super tie break não foi necessário, mas aí houve muitos nervos.
Não se tratou de uma situação em que se tenha fingido uma lesão para arranjar uma pausa e depois surgir a 100%, nem para quebrar o jogo e ritmo do adversário (mas existe a perfeita consciência que isso aconteceu, e que isso foi dito pelo "manco", quer pessoalmente, quer no Watzapp da liga), e muito menos para tentar apelar à condescendência do adversário apenas trocando a bolinha por cima da rede (o lesionado- o tal que é maior de idade, está vacinado, tem excesso de peso e os triglicéridos elevados

, e não obstante o Paulo a correr os dois campos e com fantásticas direitas - sim as bolas também iam para o campo onde o Paulo não estava) ainda fez um ou dois smash e umas saídas da parede liftadas ganhadoras - digo isto só para que se perceba que o lesionado não se escondeu atrás da lesão, nem escondeu que queria ganhar pontos

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Apenas que deu tudo o que tinha, o que, por não ser muito, o pouco que consegue idolatra como épico, não se sentido culpado por jogar com muitas dores devido a lesão que não foi rutura (sim, já agora, talvez seja importante referir, pois acredito que exista essa preocupação – até porque o tema é fair-play

– que o lesionado dos triglicéridos está vivo, a recuperar com poucas dores, e que não foi rutura embora ainda tenha uma moinha), mas que o obrigou a um dispêndio de verba em saúde que estava destinado para hidratação pós-padel

, até pq o esforço que o seu parceiro fazia, era disso merecedor - o serviço é que nunca mais saiu e foi quase sempre dupla falta atrás de dupla falta, exceto num contestado ás que bateu mais que uma vez no chão da área de serviço e que ficou esclarecido com recurso a um professor que por lá dava aulas.
Em resumo e em resposta à minha questão, contrariando até um pouco o Paulo Silva, para mim fair-play não é condescendência com o adversário, é agir com respeito ao esforço do adversário, é trata-lo com dignidade, e se esse decide manter-se em jogo, joga-se e numa competição, joga-se e compete-se.
Claro que se há uma lesão, para-se o jogo pelo tempo que for necessário, pergunta-se ao adversário se está mesmo em condições. Querendo participar, o respeito pelo seu esforço é não fazerem dele um coitado. Embora compreenda que de facto me protegeram...o que (confesso) me irritou mais do que a lesão - repito...não escondi e falei com os nossos adversários e pedi-lhes para jogarem normalmente - e disso eles são testemunhas, tal como quem assistia ao jogo junto ao campo 1 do Campo Grande.
É esta a minha opinião, foi esta que transmiti quer no jogo, quer publicamente no Watzapp. E mesmo com o Paulo lamentei ter sentido que os adversários saíram prejudicados depois da minha lesão.
Não obstante, analisando esta situação do lado de quem esteve lesionado, numa perspetiva de competição e ética, cumpre referir que não me sinto culpado por não ter desistido....
Independentemente do resultado final.
Por último, ficou combinado fazermos um jogo amigável, pois estava a ser um jogo mt engraçado com excelentes trocas de bolas, até eu parecer um limpa vidros num aquário.

Cumprimentos a todos!